Segundo a minha mãe "a pessoa chega em uma certa idade e vai perdendo a paciência". Eu diria que ela nunca foi dotada de muita paciência para um dia perdê-la. Apesar de muitos acharem ela muito paciente. Fato é que pretendo falar de crianças e não de minha mãe, mas uma coisa recorre a outra...hoje em dia é comum as avós cuidarem dos seus netos, salvo por motivos diversos...
Então, para resguardar a privacidade do personagem e vamos à história.
Ontem alguns amigos resolveram fazer uma pequena confraternização. Um café da tarde, com idéias variadas do que seja esse: de frutas a quibe, tinham de tudo. O papo então, o mesmo de todos os amigos: o passado! Rir, rir, rir...falar todos juntos, sem nenhum senso de limite de voz. Muito comum, não?
A criança da vez, como muitas crianças (infelizmente), vive do lado de uma televisão, de preferência a do próprio quarto, pois lá além da TV tem a liberdade de virar o quarto de perna pra baixo! Esse dia poderia ser igual todos os dias, imagina o adulto que a criança continuará a repetir sua rotina, que muitas vezes é cobrada para sair dela e quase nunca sai. Mas não! Esse dia era o dia de quebrar um pouco da rotina.
A televisão como uma praga que se instala em toda a casa, tem em todos os cantos. Tudo começou na sala, barulho daqui, barulho dali...aumenta o volume da TV! Adulto: abaixo o volume, por favor! Criança: mas está com muito barulho (imaginem a cara!).
Adulto (na tentativa que ninguém saia prejudicado...continuar na TV é não sair prejudicado?): porque não assiste no seu quarto? precisa nem dizer resposta...
Minutos depois, dor de cabeça. Crianças recorrem muito a dor de cabeça e os adultos ao efeito placebo: água com açucar, até que prove que a dor de cabeça é verdadeira. Gelo na cabeça, cara fechada...lá está a criança! Quer comer? Quer beber? O que quer?
Só quer perturbar????
Mais um tempinho, bolo de chocolate...dor de cabeça de criança costuma durar somente até ver o bolo. Comeu o bolo...cara de satisfação! Como se nada tivesse acontecido: posso ir brincar na casa do meu amigo?
E o adulto? Muitas vezes quer ser criança...
